
O ex-professor de direito Benny Tai (centro), uma figura-chave nos protestos em 2014 e também um dos principais organizadores das primárias, senta-se em um carro depois de ser preso pela polícia em Hong Kong, nesta quarta-feira, 06 de janeiro de 2021. Mais de 50 pessoas foram detidas. Crédito: AP Photo/Apple Daily
Pelo menos 50 opositores do Partido Comunista da China (PCCh) foram presos nesta quarta-feira, 06, em Hong Kong. As autoridades enquadraram o grupo na polêmica “lei de segurança nacional”, aprovada ano passado pelo PCCh. Até o momento, é a maior operação contra desafetos da ditadura comunista de Pequim. Entre os alvos estão ex-parlamentares pró-democracia, como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, a jornalista Gwyneth Ho, de 30 anos, e a vereadora Tiffany Yuen, de 27. A polícia de Hong Kong não esclareceu os motivos das detenções.
A ONG Humans Rights Watch emitiu nota condenando as prisões: “Milhões de habitantes de Hong Kong persistirão em sua luta para votar e se candidatar a um governo democraticamente eleito”. A operação ocorre poucos dias depois de a China e a União Europeia (UE) assinarem um acordo bilateral histórico. Para a UE, o bloco “arrancou” concessões de Pequim na área de direitos humanos. Também chega em um dia em que a atenção norte-americana está voltada para o segundo turno das eleições no Estado da Geórgia.
A oposição garante que o ato de hoje está relacionado às primárias organizadas por partidos pró-democracia, no ano passado. Mais de 600 mil cidadãos de Hong Kong votaram nessas primárias não oficiais, que tinham o objetivo de escolher candidatos para as eleições legislativas do território, em uma assembleia em que apenas metade dos 70 assentos são eleitos pelo povo (os demais são indicados pelo PCCh). À época, a ditadura chinesa alegou que fazer campanha por uma maioria no parlamento era “subversão da democracia”.
Fonte: Cristyan Costa/Revista Oeste
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