
O ex-presidente de um dos principais conglomerados financeiros da China foi condenado nesta terça-feira (05) à pena de morte por “corrupção e bigamia”, anunciou a justiça.
Lai Xiaomin, ex-presidente do China Huarong, foi considerado culpado de ter recebido 260 milhões de dólares em subornos. Os valores são “muito elevados e as circunstâncias particularmente graves, com uma clara intenção de delinquir”, afirma no veredicto o tribunal de Tianjin.
Lai Xiaomin também foi condenado por bigamia e ter “vivido durante muito tempo com outras mulheres” fora de seu matrimônio, com as quais teve filhos ilegítimos.
Em janeiro de 2020, Lai fez uma confissão transmitida pelo canal público CCTV, que exibiu imagens de um apartamento de Pequim supostamente de sua propriedade, com cofres e armários repletos de dinheiro. Ele afirmou que não gastou nenhum centavo. “Não me atrevi a gastar o dinheiro”, disse.
As imagens também mostraram carros de luxo e barras de ouro que Lai teria aceitado como suborno.
A China iniciou uma grande campanha anticorrupção em 2012, depois que o presidente Xi Jinping se tornou o líder do Partido Comunista Chinês (PCCh). Desde então, mais de 1,5 milhão de dirigentes do PCCh foram punidos.
Os grupos de defesa dos direitos humanos denunciam a prática na China das “confissões televisionadas” que, de acordo com as associações, são obtidas por meio de tortura ou chantagem.
Mais de 300 ONGs solicitaram à Nações Unidas (ONU) que estabeleça um mecanismo internacional para investigar as violações dos direitos humanos na China.
Em carta abertura, as autoridades exigiram aos mais altos escalões da organização “que ajam de forma decisiva”.
Eles também denunciam “as violações em massa de direitos humanos cometidas pela China em Hong Kong, no Tibete e em Xinjiang, a supressão de informações no contexto da pandemia Covid-19, bem como ataques contra defensores de direitos, jornalistas, advogados e críticos do governo em todo país”.
Essas ONGs, originárias de mais de 60 países, também acusam a China de praticar intensos ataques contra defensores dos direitos humanos no exterior, além de reprimir a liberdade intelectual fora de seu território e realizar diversas investidas para censurar a Internet.
Fonte: AFP/Correio Braziliense/Conexão Política
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