Este foi um dos ataques mais mortíferos registrados nesta região e ocorreu em dia de eleições para os representantes regionais e conselheiros dos 27 círculos eleitorais do estado de Borno. Estas eram as primeiras eleições organizadas desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009. Desde aquele ano, mais de 36.000 pessoas foram mortas e mais de duas milhões tiveram de abandonar as suas casas, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Em outubro, 22 agricultores foram mortos nas suas terras, também no estado de Borno. Crédito: DW

No sábado (28), o grupo terrorista islâmico Boko Haram, que tem os cristãos como alvo permanente de suas milícias sedentas de sangue que operam no norte da Nigéria, agora atacou diaristas por “ferir seu orgulho”.

Um grupo de trabalhadores rurais que fazia a colheita de arroz no estado de Borno, no extremo nordeste da Nigéria, prendeu um militante do Boko Haram que os perseguia. Em resposta, o grupo terrorista apareceu e matou 110 trabalhadores. As mãos das vítimas estavam amarradas atrás das costas e tinham a garganta cortada. Além disso, estima-se que 15 mulheres foram sequestradas pelo grupo terrorista islâmico. O grupo é conhecido por sequestrar meninas nigerianas e praticar o estupro, além de outras formas de violência e escravidão.

Ataques descarados como este se encaixam em um padrão de escalada de violência do Boko Haram e do ISWAP, um grupo terrorista concorrente que opera na Nigéria. Esse padrão também é visível em outros países da região. O governo nigeriano afirmou que derrotou “tecnicamente” esses grupos terroristas, mas, na realidade, isso significa que eles tentam evitá-los. Há temores de que cada vez mais o domínio do interior do Norte do país esteja à mercê desses terroristas islâmicos.

Um efeito muito urgente desses ataques é uma ameaça à segurança alimentar. Os trabalhadores não ousam mais sair para seus campos com medo de serem assassinados. Mas se não saírem, não haverá comida para suas famílias e nenhuma renda para eles. Ataques terroristas como este minam diretamente a capacidade regional de alimentar seu povo e ameaçam a estabilidade da região. É dessa volatilidade que os grupos terroristas prosperam e que lhes trazem novos recrutas.

De acordo com o relatório da Al Jazeera, os terroristas do Boko Haram envolvidos no massacre da Nigéria estavam entre centenas de pessoas e chegaram de moto. Eles separaram as mulheres e os homens e então cortaram a garganta dos homens. Crédito: Al Jazeera

O governo nigeriano não se mostrou disposto a defender os cristãos que sofrem constantemente desses ataques. Agora que a atividade terrorista está ameaçando mais pessoas além de cristãos e o suprimento de alimentos do país, espera-se que o governo mude de atitude.

Fonte: Thais Garcia/Conexão Política

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