
Frei Liu Maochun é um dos 20 padres da diocese que “se recusaram a aderir à Associação Patriótica Católica Chinesa (CPCA)” e são, portanto, “vistos como ameaça à segurança nacional”. Esses padres são considerados “ilegais” e uma “subversão ao estado”.
De que serve o Acordo Vaticano-Pequim?
O Vaticano renovou, por mais dois anos, em outubro passado, o Acordo Provisório com Pequim. Com inexplicáveis cláusulas secretas até para o cardeal Zen (Hong Kong) o Vaticano parece ignorar as constantes denúncias de pressão, tortura, prisão de sacerdotes e leigos perpetradas pelo Partido Comunista Chinês (PCCh).
O refugiado e jornalista Dalù, detalhou a tortura de padres católicos pelo PCCh, poucos dias depois que um bispo foi ordenado pela igreja, após aprovado pelo próprio PCCh.
Dalù, um pseudônimo, é o jornalista e apresentador de programa de rádio que divulgou o massacre da Praça Tiananmen (1989). Ele foi posteriormente demitido e fugiu para a Itália, com sua vida poupada apenas como resultado de seu status público.
Tortura do padre Liu Maochun: recusa em aderir à igreja patriótica
Dalù postou um vídeo no qual descreveu a tortura infligida a um padre chamado Liu Maochun: “Como forma de intimidação e até mesmo de tortura, a Polícia Chinesa frequentemente bate um gongo perto das orelhas e direciona luzes brilhantes para os olhos, e faz isso de forma consistente por vários dias. Este método de tortura é chamado de ‘exaurir uma águia'”.
Dalù continuou: “Por meio dessa técnica, o padre Liu Maochun da Diocese de Mindong foi sequestrado, privado de sono, torturado e repetidamente punido por sua recusa em ingressar na Associação Católica Patriótica Chinesa. A brutalidade e a perversidade absoluta do Partido Comunista Chinês estão além da compreensão”.
Compreende-se perfeitamente a expressão “além da compreensão” humana. O comunismo é uma seita filosófica, ateia, materialista, ceifadora de vidas. Xi Jinping não é menos perseguidor do que Mao e as provas aí estão: a China é a maior violadora dos direitos humanos e da liberdade religiosa.
Revivemos os dias negros de Stalin, Lênin e Mao
“Frei Liu faz parte da Igreja Católica ‘clandestina’ e, como tal, não é reconhecida pelo estado chinês ou pela Associação Católica Patriótica Chinesa (CPCA). Ele estava visitando seus pais no hospital em 1º de setembro, quando foi preso e colocado nas mãos do Escritório de Assuntos Religiosos por 17 dias”.
Falando à revista Bitter Winter, uma fonte da Diocese de Mindong disse: “O governo afirmou que o padre Liu Maochun desobedeceu ao seu governo e era ‘ideologicamente radical'”. Em outras palavras, fiel aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo: importa obedecer a Deus antes que aos homens.
Bitter Winter confirmou que Liu tem sido persistentemente perseguido pelo PCCh, com as autoridades até mesmo pressionando seus parentes. A fonte mencionou “Frei Liu Maochun é assistente do bispo Guo. O regime prende e quer controlar os padres próximos a ele que também se recusam a aderir ao CPCA”.
O governo comunista de Pequim não se conforma com o vazamento de notícias sobre a perseguição religiosa na China. Segundo a Bitter Winter, a prisão e tortura de Liu faz parte de uma investigação para descobrir o vazamento sobre a tortura de frei Huang, outro padre da diocese que se recusou a ingressar na CPCA.
O cardeal Zen, bispo emérito de Hong Kong, disse que por meio do acordo China-Vaticano “o Vaticano está vendendo a Igreja Católica na China”. Ele também descreveu isso como “o assassinato da Igreja na China por aqueles que deveriam protegê-la e defendê-la de seus inimigos”.
Recordam-se nossos leitores que há poucos meses o Vaticano se recusou a receber Mike Pompeo – que portava uma farta documentação sobre a violação da liberdade religiosa na China de Xi Jinping?
Fonte: Souza Leão/IPCO
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