Associações jornalísticas se calam diante do cerceamento da liberdade de expressão e de imprensa quando as vítimas são conservadoras. Crédito: Diginomica

Entidades de classe servem para, ao menos em tese, defender os interesses de determinada categoria de profissionais ou empresas. É o caso, por exemplo, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No jornalismo brasileiro, entretanto, essa teoria tem sido deixada de lado. Instituições do setor têm se calado diante dos ataques promovidos pelo movimento virtual “Sleeping Giants Brasil” contra um veículo de comunicação.

Desde o início do mês, o grupo on-line tem espalhado fake news sobre Rodrigo Constantino na tentativa de sufocar financeiramente um de seus empregadores, o jornal Gazeta do Povo. Pelo Twitter, o perfil anônimo acusa o colunista de ser defensor do estupro (o que é mentira!) e pede para marcas deixarem de anunciar no veículo digital, com sede em Curitiba. Conforme registro da Revista Oeste, ao menos 19 empresas excluíram a Gazeta do Povo de suas campanhas publicitárias na internet.

Mesmo diante da campanha difamatória contra Constantino, também colunista da Revista Oeste, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ignora o assunto. Nenhuma nota de repúdio foi divulgada a respeito. Nenhum manifesto em seu site. E até a finalização desta matéria, a ABI não respondeu ao contato feito por Oeste.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) respondeu ao contato, mas preferiu seguir calada em relação ao ataque feito contra a Gazeta do Povo. Como justificativa, o presidente Marcelo Träsel alega que a entidade “não se posiciona sobre questões comerciais ou trabalhistas, nem sobre decisões editoriais de veículos jornalísticos”. Em contrapartida, ele afirma que situações ocorridas no passado “evidenciam nossa consideração pelo jornal”. Nesse sentido, cita o fato de a Gazeta do Povo ter feito parte do início de um projeto batizado de “Comprova”, de 2018 até 2019, e de já ter tido dois de seus colaboradores como membros da diretoria da associação.

Em defesa de um certo “comunicador”…

Ignorando o ataque promovido contra um veículo de mídia centenário como é o caso da Gazeta do Povo, ABI e Abraji já se manifestaram EM FAVOR de… Felipe Neto! As duas entidades foram signatárias do manifesto divulgado em julho. No caso, o youtuber condenado por disseminar fake news nas redes sociais foi classificado como EXEMPLO de “comunicador”

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também segue sem se manifestar a respeito da tentativa de sufocar financeiramente um veículo de comunicação. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor PR) se posicionou publicamente sobre a questão. Colocou-se, no entanto, CONTRA Rodrigo Constantino e a Gazeta do Povo, e ainda acusou o colunista de ser “defensor do estupro”.

Exceção ao joio

Ciente do movimento contra a Gazeta do Povo, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) se posicionou a favor da empresa de mídia. Em texto assinado por seu presidente, o jornalista Marcelo Rech, a entidade lamenta o fato de anunciantes terem se dobrado “a intimidações políticas, ainda mais anônimas, o que também contraria a Constituição brasileira”. Rech pontuou o fato de a Carta Magna proibir o anonimato.

“A diretoria da ANJ vem acompanhando com preocupação o desenrolar do caso. Os jornais brasileiros estão na vanguarda do combate à desinformação e nesse sentido todos os que se preocupam e combatem a difusão deliberada de falsidades merecem consideração. No entanto, as armas de combate à desinformação jamais podem atropelar as leis e servir de instrumento para sufocar a liberdade de imprensa e a pluralidade, que são princípios basilares da democracia”, afirma Rech em texto utilizado pelo Movimento Pró-Paraná.

Recuo estratégico

Antes com atuação frenética no Twitter, com diversas postagens cobrando postura por parte de anunciantes contra a Gazeta do Povo, o Sleeping Giants parece ter baixado a guarda no decorrer dos últimos dias. Desde o último sábado, 14, o movimento deixou de marcar perfis de empresas na tentativa de sufocar o jornal curitibano. O recuo foi registrado após reportagem da própria Gazeta do Povo revelar a relação da ONG “Nossas” com o grupo. A organização é responsável pela plataforma “Bonde”, meio escolhido pelo Sleeping Giants para desenvolver site em que cobra o bloqueio da conta de Olavo Carvalho no Pagseguro.

A ONG Nossas é liderada por Alessandra Orofino, profissional que trabalha com o ator Gregório Duvivier e já colaborou com o “comunicador” Felipe Neto.

Fonte: Anderson Scardoelli/Revista Oeste

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