A China aprovou lei que pode destituir parlamentares de Hong Kong sem processo judicial prévio, bastando classificá-los como “pró-independência, coniventes com estrangeiros ou ameaças à segurança nacional”. Crédito: FreePik.

Nesta quinta-feira, 12, o embaixador chinês em Londres, Liu Xiaoming, foi convocado pelo governo do Reino Unido para dar explicações sobre a expulsão dos deputados pró-democracia do parlamento de Hong Kong, promovida pelo Partido Comunista Chinês (PCC) no dia anterior. Segundo o ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, o ato do governo da China viola a autonomia garantida à população da ilha através do tratado assinado entre autoridades chinesas e britânicas.

“A imposição de novas regras de Pequim para desqualificar parlamentares eleitos de Hong Kong constituiu uma violação clara da Declaração Conjunta Sino-Britânica legalmente vinculante”, disse Raab. “A China voltou a descumprir suas promessas e minou o alto grau de autonomia de Hong Kong”.

Os britânicos alegam que o acordo também foi violado em 2016 e uma outra vez em 2020, quando Pequim adotou a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong.

O diplomata europeu afirmou que seu país protegerá a população do território autônomo. “O Reino Unido defenderá o povo de Hong Kong, e denunciará as violações de seus direitos e suas liberdades”, declarou. “Com nossos parceiros internacionais, cobraremos da China as obrigações que ela assumiu livremente sob a lei internacional”.

Tratado entre chineses e britânicos

Hong Kong foi um protetorado do Reino Unido no mar da China até 1997, quando a ilha foi devolvida ao governo chinês. A transferência de soberania aconteceu em cumprimento ao acordo assinado na década anterior por Margaret Thatcher e Zhao Ziyang, que, então, eram os primeiros-ministros do Reino Unido e da China, respectivamente.

Os termos do acordo determinavam, no entanto, que a ilha manteria um alto grau de autonomia para que a população local tivesse suas liberdades preservadas e continuasse vivendo com uma economia de livre mercado.

Fonte: Artur Piva/Revista Oeste

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