
09 de novembro de 2016
Um ano de eleições americanas, foi revelador de mais de uma década de como os “Media” (do mundo inteiro) manipulam a opinião pública – através de pesquisas de tendência e intenção, além de “opiniões isentas” – para resultados político-ideológicos específicos. Aqui no Brasil a coisa é ainda mais abjeta.
A cobertura do dia final da eleição americana (bem como a cobertura em sua totalidade) feita pelo canal Globo News foi talvez o melhor medidor do desespero, despreparo emocional e completa desonestidade intelectual dos operadores de comunicação jornalística no Brasil. Guga Chacra, conhecido por suas opiniões exageradas e por muitas vezes mentirosas sobre o então candidato Donald Trump, se desespera em frente as câmeras ao se dar conta da virada e derrota de Hillary Clinton e aumenta sua voz em dois tons de esganiçamento, o que foi hilário, uma vez que era ele quem induzia que Trump não tinha chances reais de ganhar a presidência.
O desconforto se espalha a todos os presentes na cobertura minuto a minuto de apuração de votos. Merval Pereira anunciando uma possível “terceira guerra mundial” com a então visível vitória do magnata, só não conseguiu ser mais ridículo que Demétrio Magnoli que, com as sobrancelhas levantadas de susto, bradava o “nacionalismo, xenofobia, misoginia, machismo e o protecionismo”, ou seja, toda aquela rotulagem que a extrema esquerda compartilha com a esquerda dita “democrática”, e com liberais de academia… Rótulos que recitam como quem faz sinal da cruz ao ver uma igreja, em perfeita sincronia com tudo aquilo que a Globo News repetia ad infinitum em um ano de campanha americana. Nada novo, nada mais abjeto.
As falácias mal intencionadas de Magnoli são só um pouco menos insignificantes do que a tristeza e cara de choro de Carolina Cimenti – aquela que soltou um palavrão apenas porque Trump revelou em debate as acusações de abuso sexual e estupro que residem sobre a família Clinton – acusações com vítimas reais (não aparecidas do nada) e que, surpreendentemente, o canal Globo News nunca dera atenção.
Mas, de maneira geral, nesse mesmo programa, os “jornalistas” tentaram estancar o sangramento moral afirmando que “as pesquisas erraram”. E que eles “não tomaram lado algum nessa questão”.
As pesquisas não estavam erradas, elas foram feitas para não estarem corretas, assim induzindo o eleitor ao engano
O objetivo era a criação de um mito de vitória prévia para a candidata Hillary Clinton e a criação de um muro que afastasse as pessoas da pura e simples realidade de que a aderência populacional à Trump foi maior desde que ficou definido que ele ganharia as prévias republicanas. A coisa desde o início saiu da esfera partidária, e é exatamente por isso que os Media atacaram a pessoa do candidato.
O resultado não poderia ser outro, os Media MENTIRAM, foram PEGOS NA MENTIRA E HUMILHADOS PELA REALIDADE, daí o desconforto visto em tela, em tempo real.
Então se começa a procurar culpados:
– “Os negros não foram votar tanto”; – “O americano é desinteressado em política”; – “É o assustador avanço do conservadorismo, da extrema direita”; – “É o novo 11 de setembro”.
Tais explicações parciais e insossas não deixam de ser também uma maneira desonesta de afastar a culpa recaída sobre o tal ‘perfeito e incriticável jornalismo’, que por pura ideologia se tornou INCAPAZ de ver e descrever a realidade mais simples, passando então a simulá-la. E isso fica claro ao se fazer um pequeno levantamento de notícias negativas sobre Trump: a quantidade e frequência com que eram apresentadas no canal, seguidas de opiniões “isentas e imparciais”, foram em quantidades absurdas seguindo a linha dos Media americanos, como a CNN por exemplo.
Mas tudo isso nos meios tradicionais, e das maneiras tradicionais que os Media sempre manipularam a opinião pública. O que deu a vitória a Trump foi a forma mais livre, democrática e interativa de troca de informações existente atualmente – A INTERNET. Na internet se encontram todas as informações sobre os Clinton que os Media tentaram abafar, esconder, ignorar, minimizar ou relativizar, e a cada nova revelação ficava mais clara a decadência moral do atual jornalismo.
O medo, choro, ranger dos dentes e o terrorismo reacionário dos media
Agora é o momento que começa o teatro de medo e desespero dos Media, apelando para os recursos mais simplórios de uso do medo, apontando a mídia como uma arma de previsões de um futuro catastrófico. Além da “terceira guerra mundial”, “a quebra de mercados econômicos”, “a expulsão de milhões de pessoas do país” [essa, segundo Magnoli], eles estão muito preocupados com o tal “muro”.
Ironicamente todos eles possuem muros em suas casas, condomínios fechados, câmeras de vigilância e segurança na entrada – para normalmente – proteger aquilo que dão valor. Mas proteger a fronteira de um país, é “xenofobia”. Se um lugar é tão bom, por que as pessoas desse lugar precisam ir “viver o sonho” ou “ganhar a vida” em outro? Talvez essa seja a pergunta que os Media não gostam nem de abordar desde o século passado, a começar com a história de Cuba – um suposto exemplo de distribuição de renda, diminuição de diferenças sociais e uma medicina mitológica, mas que ironicamente tem membros desse paraíso se jogando às pencas ao mar tentando migrar para o lar dos homens brancos imperialistas, homofóbicos, misóginos e xenófobos.
O único muro que realmente me preocupava é o muro de percepções enganosas, ilusões, desonestidades e militância estabelecido pelos Media brasileiros. Esse não foi Trump que fez… e pelo visto já está com os dias contados.
Assista apenas uma pitadinha do que rolou:
A verdade é que foram os “especialistas” que saíram como os reais charlatões.
A coisa, obviamente, não ficou só no canal do ‘plin plin’, ele foi abordado aqui somente pela beleza de reações humanas acumuladas e expostas durante a cobertura.
Fonte: Medium/BrigadaBrasil