
Mais de 650 mil mortes por ano estavam associadas a doenças respiratórias da gripe sazonal (gripe comum), de acordo com estimativas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (US-CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros globais na área de saúde, no final de 2017.
Essa quantidade marcava um aumento na estimativa mundial anterior de 250 mil a 500 mil, que data de mais de 10 anos e cobriu todas as mortes relacionadas à gripe, incluindo doenças cardiovasculares ou diabetes. As novas cifras de 650 mil mortes se baseavam em dados mais recentes de um grupo maior e mais diversificado de países, incluindo os de renda média baixa, e excluem óbitos por doenças não respiratórias.
Prevendo pandemia?
“Esses números indicam o alto fardo da gripe e seus substanciais custos econômicos e sociais para o mundo”, disse Peter Salama [falecido em janeiro de 2020], então diretor Executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS. “Eles destacam a importância da prevenção da gripe para epidemias sazonais, bem como a preparação para pandemias”.
As estimativas levaram em consideração os resultados dos então recentes estudos de mortalidade respiratória por gripe, incluindo uma pesquisa do US-CDC, publicado em The Lancet em 14 de dezembro de 2017.
De acordo com o US-CDC, a maioria das mortes ocorria entre pessoas com mais de 75 anos e nas regiões mais pobres do mundo. A África Subsaariana responde pelo maior risco de mortalidade por gripe no mundo, seguido de perto pelo Mediterrâneo Oriental e o Sudeste Asiático.
“Todos os países, ricos e pobres, grandes e pequenos, devem trabalhar em conjunto para controlar os surtos de gripe antes da chegada da próxima pandemia. Isso inclui o fortalecimento da capacidade de detectar e responder a surtos e fortalecer os sistemas de saúde para melhorar a saúde dos mais vulneráveis e os que estão em maior risco”, disse então Salama.
Quase todas as mortes entre crianças menores de cinco anos com infecções do trato respiratório inferior relacionadas à gripe ocorrem nos países em desenvolvimento, mas os efeitos das epidemias de gripe sazonal nos países mais pobres do mundo não são totalmente conhecidos.
A OMS estava trabalhando com os parceiros para avaliar o fardo global da gripe, fornecendo orientações e experiências aos Estados Membros para medir a carga da doença e suas consequências econômicas.
Mais estudos de vigilância e laboratório de outras enfermidades, como doenças cardiovasculares (que podem ser relacionadas à gripe), deverão produzir estimativas substancialmente mais elevadas nos próximos anos.
A OMS incentiva os países a priorizar a prevenção da gripe e a produzir estimativas nacionais para informar as políticas de prevenção. A vacinação anual contra a gripe é recomendada para prevenir doenças e complicações da infecção pela doença. A vacinação é especialmente importante para pessoas com maior risco de complicações graves e morte, bem como para profissionais de saúde.
A gripe sazonal é uma infecção viral aguda que se espalha facilmente de pessoa para pessoa e circula em todo o mundo. A maioria das pessoas se recupera dentro de uma semana sem necessidade de atenção médica. Entre as doenças respiratórias comuns relacionadas à gripe sazonal que podem causar a morte estão pneumonia e bronquite.
O Grupo de Trabalho de Combate à Carga da Doença da OMS é composto por especialistas do All India Institute of Medical Science, da Universidade Nacional de Cingapura, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, do US-CDC, da Universidade do Valle de Guatemala e da Universidade de Edimburgo.
Fonte: OMS em 13 de dezembro de 2017