
O gabinete de comunicação do Vaticano divulgou hoje (29) um artigo defendendo os motivos de renovação do acordo assinado com a China em setembro de 2018 – ainda pouco esclarecido e envolto em segredos – que, oficialmente, trata sobre a nomeação de bispos.
Nos termos deste acordo, dentro do que foi divulgado até então, o Papa é reconhecido como chefe da igreja católica na China, depois de terem existido duas organizações católicas naquele país asiático: uma gerida pela Associação Católica Patriótica, com 60 bispos – gerida pelo governo comunista para supervisionar e controlar atividades dos católicos chineses – e uma outra, considerada “clandestina”, gerida pelo Vaticano e com 30 bispos.
Para chegar ao acordo com Pequim, o Papa Francisco aceitou anular a excomunhão de sete bispos nomeados por Pequim, reconhecendo-os novamente dentro da igreja católica.
O diretor do gabinete de comunicação da Santa Sé, Andrea Tornielli, publicou um artigo na página online da instituição, em que justifica este acordo com a China, explicando que o tratado teve “resultados positivos, embora limitados”, e sugere que ele deve ser prolongado no tempo.
Recentemente, Pietro Parolin explicou que a intenção do Vaticano, no acordo com Pequim, é propor às autoridades chinesas uma prorrogação do acordo de 2018, dando continuidade dos fundamentos do tratado, para posteriormente verificar a sua real utilidade para a igreja católica.
“Parece-me que foi traçado um rumo que vale a pena continuar. Mas veremos”, disse Parolin, numa declaração que foi de imediato criticada por Mike Pompeo, onde o chefe da diplomacia norte-americana convidada o papa a não renovar o acordo com Pequim, alegando que a sua assinatura “colocaria em risco a autoridade moral da Santa Sé”.
No artigo divulgado hoje, o Vaticano esclarece que o acordo “não se refere diretamente às relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China (oficialmente, interrompidas desde 1956), nem ao estatuto jurídico da igreja católica chinesa, nem às relações entre o clero e as autoridades chinesas”.
“O acordo provisório refere-se exclusivamente ao processo de nomeação dos bispos, questão essencial para a vida da igreja e para a comunhão dos pastores da Igreja Católica chinesa com o Bispo de Roma e os bispos do mundo”, esclarece o artigo de Tornielli.
“O objetivo do acordo provisório nunca foi meramente diplomático e menos ainda político, mas sempre genuinamente pastoral: o seu propósito é permitir que os fiéis católicos tenham bispos em plena comunhão com o sucessor de Pedro e que, ao mesmo tempo, seja reconhecido pelas autoridades da República Popular da China”, conclui o diretor de comunicação.
O Vaticano sempre defendeu que o acordo se destinava a promover a unidade dos católicos chineses, já que o controle das autoridades chinesas tinha causado o fenômeno das chamadas comunidades “clandestinas”, que tentavam escapar ao controle da política religiosa do governo.
O fato é que simplesmente não há absolutamente NENHUM respeito a qualquer religião dentro de território chinês e os cristãos continuam sendo perseguidos, torturados, escravizados, quando não mortos. O acordo firmado em 2018 não salvou ninguém das garras do “dragão” e ainda comprometeu ainda mais a já desgastada confiança dos fieis em Jorge Mario Bergoglio, o “santo padre”…
Fonte: Agência Lusa/Notícias ao Minuto